quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A medida de Deus




Há muito tempo atrás, eu estava ouvindo uma pregação e o pregador usou a frase “A medida de Deus é diferente da nossa”. Eu fiquei pensando nessa frase por varias vezes tentando entender e expandir associando-a a contextos bíblicos que justificassem tal afirmação e me deparei hoje com a história de José. Vou citar três versículos do capitulo 37 de Gênesis para melhor ligar José à afirmativa.

Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração. Gênesis 37:11
Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. Gênesis 37:27
E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda. Gênesis 37:36

José a princípio era conhecido como “o sonhador”. Era um garoto, muito próximo ao pai, e Deus lhe revelava por meio de sonhos, ele narrava os sonhos, mas não sabia o significado deles. Não era a medida de José...já começava a se revelar a medida de Deus.
A Bíblia não relata que José ambicionou altos cargos ou grandes postos, mas relata que José nunca perdeu sua comunhão com Deus. Não vemos José enfrentando seus irmãos ou impondo-se para se parecer melhor ou maior. Mas isso não o impediu.
José, o sonhador, era invejado e odiado pelos seus irmãos. Intentaram tira-lhe a vida, mas para não terem em suas mãos o sangue de seu irmão, venderam-no aos ismaelitas. Que “sorte” a desse jovem, não? Não obstante ser vendido uma vez, ao chegar no Egito, foi ele novamente vendido como escravo à Potifar, oficial da Guarda do Faraó. E ai, vemos uma passagem intrigante na vida do nosso personagem em Gn 39:2ª “E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero;”.
José não estava em sua casa, não estava com sua família e tampouco em sua terra, mas o Senhor estava com ele e isso faz diferença. Com isso pode-se pensar, enfim, as coisas mudaram para ele. Engana-se. Estando ele na casa de seu senhor, este colocou tudo que tinha nas mãos dele para que ele cuidasse, mas a mulher de seu senhor desejou-o e buscou ter com ele uma maior aproximação. Mas, José, firmado em Deus não aceitou isso, recusando-a. E mais uma vez, nosso Jovem se encontra em uma posição complicada e acaba encarcerado.
Na prisão, mais uma vez José se destaca e torna-se o responsável pelos encarcerados e o Senhor era com ele (vv. 21 e vv. 23). E na prisão, o Senhor se manifestou por meio de José. Dois serviçais do Faraó foram encarcerados junto de José. Estes tiveram sonhos que não entendiam e o Senhor os revelou a José que os interpretou (Gn 40). Passados dois anos, sonha o Faraó dois sonhos. Chama todos magos e interpretes do reino para uma explicação destes, mas nada, nenhuma interpretação. Mas um dos serviçais do Faraó, cujo sonho fora interpretado por José, lembrou-se dele e o fez conhecido perante a Faraó que o mandou chamar. José, revestido da sabedoria divina, interpreta os sonhos de Faraó.
De sonhador, José se transforma em um interprete de Sonhos. De sonhador à governador do Egito (Gn 41:39-43)
Deus é o Todo-Poderoso. Criador dos céus e terra. Podia simplesmente ter posto José no cargo de Governador do Egito, não? Já pensou nisso? Creio ser este um pensamento comum a muitos... Agora volto à afirmativa do inicio “A medida de Deus é diferente da nossa”. Os meios pelos quais Deus trabalha, não são os nossos. Às vezes, nos julgamos prontos para o que queremos, mas Deus tem um posto muito mais alto para nos colocar. Às vezes, perdemos isso por simplificarmos os nossos sonhos limitando-nos à nossa própria medida, o caminho mais simples, o menos doloroso, o mais fácil. Deus tem sempre algo maior e melhor para nós, mas o processo nem sempre é simples ou fácil. Ele sabe o quanto necessitamos ser refinados para alcançarmos o que Ele tem sonhado para nós.
José não viveu em torno de suas ambições ou sonhos próprios, ele sonhou o sonho de Deus e não se afastou dele. E o Senhor estava sempre com ele. Não importou qual a situação de José, se no alto ou no baixo, a Bíblia diz que o Senhor era com ele. O Senhor tinha um sonho para José e este permitiu que Deus realizasse nele a grande obra.
E você, vai viver suas medidas ou viver as medidas de Deus?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Frageis apenas aos olhos humanos


Sabe aquele momento que parece que você se sente nada? E você para pensar no que você é realmente capaz de fazer? Ai, de repente, você não acha uma resposta...
Pois é, esses momentos acontecem. Parece que entramos numa espécie de "crise existencial" e nos percebemos tão frágeis, pequenos e incapazes, que se refugiar em si mesmo parece a melhor das opções; esconder-se parece mais seguro e sensato; tememos o desconhecido. Isso não é algo apenas dos dias atuais. Não é algo que apenas você ou eu sentimos. É humano, faz parte da nossa natureza. Você já se perguntou porquê? Eu já. Mas antes de falar a minha descoberta do porquê, quero citar algo que ouvi do meu pastor ontem (Pr. Jesus – IBC-GO). Ele estava falando exatamente dessa fragilidade que o ser humano tem em si, citou alguns exemplos, mas um em especial quero ressaltar aqui: Elias.
Se lembram do profeta Elias? Ele mesmo... aquele ousado, que orou e pediu para que não chovesse e a chuva cessou por 3 anos, e que, depois, orou para que chovesse e Deus fez cair a chuva. Aquele que orou para que Deus enviasse fogo do céu e Deus mandou consumindo todo o sacrifico do altar. Ele mesmo, que enfrentou um “exercito” de profetas de baal e os exterminou. Difícil imaginar esse homem em uma “crise”, não? Mas ele teve.
Elias, depois de promover tantos milagres, por estar cheio do Espírito, de repente, se viu com medo, afugentado, inseguro, a ponto de fugir e se esconder temendo por sua própria vida. Elias fugiu de uma mulher: Jezebel. Porventura, deixou Elias de ser um homem de Deus? Em hipótese alguma. Elias apenas permitiu que seu lado humano falasse mais alto. Elias fugiu, se escondeu, desejou a morte. Esvaziou-se do Espírito. Sentiu-se fraco e frágil.
Mas tem algo interessante em se sentir assim, em “crise”. Quando nos encontramos assim, nos encontramos “DEPENDENTES”.
E quando Deus nos encontra assim...Ele vem e muda a história. Porque quando nos encontramos frágeis e sem saber o que fazer, é que permitimos que DEUS faça por nós. Então Ele nos toma nas mãos, aquele vaso trincado de fragilidade, quebra e nos leva para a olaria e começa então a Sua doce obra. Ele tira as pedras, as trincas, molda à Sua vontade e nos dá um sentido à existência. Ele nos apresenta um novo modo de ver e viver a vida. Não nos faz menos frágeis humanamente falando, mas nos torna fortes em suas mãos; não nos faz menos ou mais capazes de fazer as coisas por nós mesmos, mas nos mostra que com ELE podemos todas as coisas.
Elias teve seu momento de fragilidade, mas ouviu a voz do Senhor e Deus o usou grandiosamente depois disso. Ser frágil não é o complicado em nós, o complicado é aceitarmos nossa fragilidade e permitir que Deus nos faça MAIS QUE VENCEDORES por meio dEle. Não é termos crises existenciais e questionarmo-nos, mas questionarmos Aquele que nunca nos abandona. Que nos reconheçamos frágeis e dependentes aos olhos humanos para que Deus nos faça vasos de honra em sua obra.